Você já ouviu falar em Constelação Familiar?
Não, não é nada ligado a astrologia, astronomia, misticismo. A Constelação Familiar surgiu com Bert Hellinger, um psicoterapeuta alemão, que criou esse formato, essa técnica de atendimento. Originalmente, o termo alemão “Familienaufstellung” tem o significado de “Posição Familiar”, traduzido para o inglês “Family Constellation”, que na nossa língua
portuguesa ficou “Constelação Familiar”. Portanto, a Constelação Familiar vai tratar do agrupamento familiar, do lugar de cada um dentro do sistema familiar. Nesse caso, a Constelação está intimamente ligada à Terapia Familiar Sistêmica, pois fala da posição e das relações entre os membros da família. Mas, a Constelação pode ser aplicada a qualquer outro sistema, como uma empresa, ambiente escolar, religioso, enfim em qualquer espaço onde encontramos um sistema de relações.
A Constelação é uma forma de Terapia que busca compreender a origem das nossas dores e sofrimentos, entendendo que somos o resultado da história da nossa família.
A Constelação original acontece através do agrupamento de pessoas. Onde cada uma assume um papel dentro do contexto e história de vida da pessoa que busca essa terapia e, que irá ser constelado. Ao meu entendimento, ela só deve ser realizada por terapeutas especializados, formados e com experiência prática dessa técnica.
Além de outras questões teóricas, ela se baseia em algumas leis sistêmicas essenciais para compreensão das questõe,s não apenas atuais de nossas vidas, mas tam
bém da história dos antepassados (pais, avós, bisavós...), sendo elas:
Pertencimento
Equilíbrio
Hierarquia
Mais recentemente, surgiu a técnica da Constelação Individual com Bonecos, que é a constelação que eu realizo, e que traz para um tabuleiro o “Campo”, a representação da história de vida do paciente, onde ele próprio posiciona os personagens que são indicados pelo terapeuta, conforme o problema trazido para a terapia.
Está é uma técnica muito valiosa, pois entendemos que quando relatamos oralmente os nossos problemas e questões a serem tratadas, temos o filtro da nossa consciência, ou seja, o lado esquerdo do nosso cérebro, que muitas vezes está influenciada por diversas questões da nossa história. Porém, quando posicionamos os bonecos, estamos usando o lado direito do nosso cérebro que é o lado onde estão as nossas emoções e o nosso lado inconsciente. Através desse posicionamento dos bonecos, estamos expondo a nossa história, nossa maneira de sentir e ver o mundo e as relações que nos cercam, com base nos nossos registros inconscientes e que não temos controle, pois sequer sabemos da sua existência, ou seja, do poder que o inconsciente exerce em nossas vidas.
A técnica da Constelação Individual com Bonecos possibilita ao paciente observar a sua história do “lado de fora” (como observador de si mesmo), através da “leitura do campo”, que é o espaço onde os bonecos são posicionados. E o terapeuta, através da teoria de avaliação e diagnóstico poderá mostrar ao paciente questões da sua vida que ele ainda não consegue enxergar. E na intervenção, ou seja, tratamento, poderá junto com o paciente, chegar em um momento de compreensão e ressignificação da sua história, mostrar a possibilidade de transformação do campo através do posicionamento dos bonecos com base nas leis sistêmicas, que pode trazer alívio e muitas vezes até a cura para muitos sofrimentos e dores que o paciente carrega.
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