Durante o período de desenvolvimento que compreende a vida intrauterina até os 5/7 anos de idade, formamos nossos traços de caráter, os quais estão intrinsecamente relacionados aos traumas vividos nessa fase. Apesar de termos poucas lembranças conscientes desse período, os traumas não estão associados à memória evocativa, sendo armazenados em uma parte inacessível do cérebro, especificamente na amígdala cerebral do sistema límbico, como um mecanismo de autopreservação.
Esses traços de caráter surgem como mecanismos de defesa para lidar com as dores dos traumas vivenciados durante o período de molde. Tornam-se uma matriz de referenciais e um modelo que influencia nossos relacionamentos, pensamentos, sentimentos e comportamentos na vida adulta. Quando estamos submersos nos traumas, é comum agirmos de maneira repetitiva e disfuncional ao enfrentar situações problemáticas na vida adulta, recorrendo às estratégias aprendidas na fase de molde.
A psicoterapia assume o papel de auxiliar o paciente a reconhecer e tratar a dor primária, ou seja, o trauma, permitindo a utilização dos recursos desenvolvidos por esse trauma de forma funcional e saudável. A análise funcional do caráter busca identificar e resolver o trauma, direcionando o indivíduo para os aspectos positivos dos traços de caráter. Isso visa conduzir a pessoa a uma vida adulta mais equilibrada e saudável.
Saiba mais sobre os traços de caráter em nossa próxima publicação.
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